Construída pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) em 9 de abril de 1955 a Rádio Siderúrgica Nacional de Volta Redonda, ou rádio ZYP – 26, foi um dos meios fundamentais para a incorporação da filosofia “Família Siderúrgica” difundida pela Usina, além de levar cultura e diversão na época de ouro do radio.
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Em sua inauguração teve o seu texto lido pelo radialista José Madureira.
Assim como o Jornal O Lingote a emissora era mais um meio de comunicação da cidade na época, com com uma potência inicial de 100 watts, levava todas as informações diárias à chamada Família Siderúrgica, nome dado pela CSN aos funcionários e beneficiários para com o objetivo de integração à empresa.
“após haver o Gen. Edmundo de Macedo Soares e Silva, Presidente da CSN, acionado a chave que a punha em funcionamento”
(ALKINDAR, 2004, p. 421)
Em sua inauguração, além do Presidente da CSN Edmundo Macedo Soares e sua diretoria, compareceram autoridades como o Prefeito Sávio Cotta de Almeida Gama, Manoel Barcelos (Presidente da Associação Brasileira de Rádio Difusão).
Como funcionava a Rádio Siderúrgica Nacional de Volta Redonda
Com uma área de 500 m2, a emissora operava na Rua 100, nº 1 do Bairro Laranjal, com 100 watts de potência em sua antena, houve a necessidade de aumentar para 1.000 watts já em 1977.
A emissora também fazia transmissões de apresentações de auditório, shows e esporte no centro esportivo da CSN, o Recreio do Trabalhador.
Em suas dependências possui 3 estúdios, 3 sono-técnicas, 1 sala de rádio jornalismo, 1 oficina de rádio-técnica, 2 salas de redação, 1 sala de discoteca e 2 auditórios. A emissora contava com uma sala onde eram produzidos os efeitos sonoros que conseguiam aproximar a produção da realidade, muito utilizado para radionovelas, bem populares já na década de 60.
Sua sintonia era de 1.500 Kilohertz, podendo abranger toda a Vila Operária, Usina e adjacências.
A Equipe da Emissora
No início, a equipe da Rádio Siderúrgica de Volta Redonda era formada por funcionários da CSN que também exerciam outras funções em departamentos da empresa.
Jorge Negri era contador formado, iniciou na CSN em 1950, mas na Radio era conhecido como “Júlio Cezar”, apresentador do programa “Atendendo Ouvintes“
O chefe da Rádio Siderúrgica Nazer Feres Temes foi um dos funcionários mais antigos da CSN, e também trabalhava na área de contabilidade.
Durante sua operação, vários radialistas passaram pela Rádio Siderúrgica Nacional de Volta Redonda, como os locutores abaixo, José Madureira e Eduardo de Carlos.
Dois dos mais famosos e ainda em atividade são os radialistas Uiara Araújo e Dário de Paula. O último começou na emissora com 10 anos de idade, no programa de radionovelas Clube do Estudante, sobre a atuação do radialista o Jornal o Lingote destacou em reportagem:
A Rádio também ecoou vozes como Benedito Alves de Rezende, o famoso Tio Bené, Manoel Alves, Jurandir Mateus, José Nélio Pereira de Andrade, Élcio Venâncio, Enivaldo Pereira, entre outros.
Fim das atividades
Após 25 anos de operação a Rádio Siderúrgica Nacional de Volta Redonda finalizou suas atividades em 30 de dezembro de 1980, com o discurso lido emocionado também pelo locutor José Madureira.
A Câmara de Vereadores de Volta Redonda reconheceu a emissora como serviço de utilidade ao público, além de vários diplomas de mérito pelos trabalhos desenvolvidos.
Mas foi em 12 de agosto de 2002 foi promulgado pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro a Lei 3913 de autoria do então deputado Nelson Gonçalves que institui o tombamento do prédio como patrimônio histórico estadual.
Hoje, apesar de toda sua rica história, a Rádio Siderúrgica Nacional de Volta Redonda está no mesmo local, mas com sua estrutura em avançado grau de degradação e em péssimo estado de conservação.
Infelizmente tudo o que era da CSN está se degradando. O capitalismo tomou lugar do humanismo e da história de nossa cidade.
Infelizmente os nais novos jamais irão conhecer essa história tão bonita da CSN e de suas dependências na vida cidade.
Eu nasci no Hospital da CSN, frequentei o Posto de Puericultua, o Recreio dos Trabalhadores, enfim, fizeram parte de um passado.
Triste fim de uma empresa que, após ser privatizada, deixou de ser a mãe para ser a madrasta daquelas perversas, más e cruel!